Quantas vezes você já leu em 2022 que o maior segredo para ter sucesso na sua marca é a autenticidade? Eu não consigo nem contabilizar. Foram muitas! O próprio Adam Mosseri, head do Instagram, é uma das pessoas que sempre repete isso. Como ele é uma fonte de autoridade, esse discurso acaba sendo reproduzido por muita gente. Então, eu tenho certeza de que se você não ouviu falar sobre autenticidade, sei que você já viu essa:
Ser você é o seu maior diferencial
A Guru de Marketing
O problema é que na maioria das vezes essa frase vem seguida de uma série de regras sobre como a gente precisa parecer outra pessoa pra vender, se não, não vende. No fim, a sensação é: como é que ser eu mesma vai ser meu diferencial, se você tá elencando tudo o que eu não posso ou não quero ser? Como é que eu vou ser eu mesma e ter autenticidade se você tá falando que eu preciso repetir um mesmo padrão?
Cores sóbrias, tecidos finos, roupas clássicas e poses sérias
Será que todo mundo precisa ter essa aesthetic fina do momento? Será que ela representa todas as marcas? Será que só isso posiciona uma marca como boa? Será que só isso que realmente vende? Será que essa é a mensagem que você quer passar na sua empresa? Será que essa é a mensagem que o seu cliente quer receber? Será que vale a pena a gente se endividar para criar esse personagem de ser quem não somos na expectativa de vender mais? São TANTAS perguntas...
Tenho muito medo desse discurso. Ele vem carregado de um elitismo muito forte e que gera aquela sensação horrível de "eu não tenho isso, eu preciso ter isso para ter sucesso e talvez por não ter essas coisas eu nunca alcance meus sonhos". Isso gera um ciclo sem fim de medo, desamparo e até de dívidas tentando comprar coisas que passam uma mensagem errada.
Sinto muito vir aqui falando o contrário que a maioria dos meus colegas fazem, mas cores sóbrias, tecidos finos, roupas clássicas e poses sérias não são garantia de venda. Aliás, nenhuma fórmula mágica garante.
Tudo comunica
Tudo, tudo, tudo comunica e a gente precisa ter clareza sobre o que a gente quer comunicar. Por isso, antes de seguir a fórmula mágica de usar cores sóbrias, tecidos finos, acessórios dourados, é importante que você faça algumas reflexões:
- Quem é você e o que é importante pra você? Quais são os seus valores inegociáveis?
- Quem é a sua marca? Como ela se conecta com o seu jeito de ser?
- O que você vende?
- Pra quem você vende? O que essas pessoas esperam da sua marca?
- Quais são os seus objetivos como marca?
- Qual é a mensagem que você quer deixar como marca?
São as respostas dessas perguntas que vão traçar quem é você, o caminho que você quer seguir para chegar onde você quer chegar. Por isso que transformar a sua marca em uma marca "chique" ou com "jeito de cara" não tem nada a ver com posicionamento e percepção de valor de marca. Aliás, pode até gerar mais afastamento do que identificação das suas clientes. Tudo sempre vai depender do objetivo do negócio!
Recentemente eu convidei a Consultora de Moda e Estilo Juliana Sena e algumas seguidoras para bater um papo sobre Como a Moda Comunica para auxiliar empreendedoras que querem construir essa mensagem com o seu jeito de vestir sem abrir mão da sua personalidade e estilo. Foram quase duuuuas horas de papo, mas você pode tirar insights bem legais dessa conversa.
Em resumo, o que a gente conversou é que você pode sim passar certas impressões, sem necessariamente seguir essa fórmula aesthetic de chiqueza que tá super em alta ou não precisa de um blazer para se afirmar como empresária de sucesso. E eu amo como a Ju traz essa conversa sem deixar de lado um contexto histórico muuito importante.
No final do vídeo ela tem um descontinho pra quem assistiu na Consultoria dela, viu? Então, vale acompanhar esse papo! Você vai gostar!
Eu sou criativa, humana, inspiradora e experiente
Se você tá chegando aqui agora, seja bem-vinda. Eu sou uma pessoa criativa, humana, inspiradora e bem experiente no meu trabalho. Eu acho lindo toda essa estética que vendem que a gente tem que seguir, de verdade. Mas, ela não tem nada a ver comigo, com o meu dia a dia, com a minha personalidade, com a minha existência e com o que eu acredito. E eu não preciso desses símbolos para passar a mensagem que eu quero passar. Aliás, esses símbolos podem até me afastar da mensagem que eu quero passar.
Eu demorei muito pra entender isso que eu conversei aqui com vocês hoje e por muito tempo eu tentei seguir esse padrão que todos falavam que era fundamental para o meu sucesso. Foi só olhando pra dentro de mim e pra minha marca que eu conseguir dar esses passos para mudar e enxergar o que eu eu de fato sou e como a minha autenticidade me marca como diferente de todos os meus concorrentes.
Se você olhar para o meu feed no passado vai conseguir enxergar todas essas minhas tentativas de me encaixar. Até o momento em que eu passo a olhar mais pra mim e com o auxílio da Carol Durães passei a construir o que o Portal da Mari é hoje.
Sempre que eu olho para a identidade visual do Portal da Mari eu fico muito feliz. Porque consigo me ver. Consigo me enxergar. Posso ver também onde eu quero estar como marca. Essa também foi uma conversa que eu levei pra Consultoria de Estilo com a Vih Hernandez. Conseguimos trabalhar e trazer opções de looks que passam essa mensagem com roupas coloridas e que eu até já tinha no meu guarda-roupa por fazer parte da minha personalidade. Vou compartilhar com vocês algumas fotos super pessoais do meu dia de looks da consultoria para vocês terem essa visão.
Compartilhei tudo isso com vocês pra reforçar a mensagem do título: ser você realmente é o seu maior diferencial. Não abra mão disso para ser alguém que você não é. Não abra mão disso pra ser alguém que você não consegue ser. Não abra mão disso em busca de alcançar algo que não é garantido. Seja você.